Palavra ministrada no dia 24/07/2022 no culto da família realizado na Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Mauá/SP.
Base: Lc 13.6-9
Era um costume na Palestina antiga, plantar figueiras e
outras árvores nas vinhas (plantações de uvas). Era uma forma de se aproveitar
ao máximo cada pedaço disponível de terra boa. A figueira citada na leitura
realizada, como em todo o simbolismo bíblico, se refere a Israel. Israel só
tinha uma razão para ocupar aquele lugar: cumprir a missão que lhe fora dada
por Deus. Qual era esta missão? Revelar para o mundo da época o Deus que os
tirou da escravidão do Egito, que abriu o mar vermelho e tantos outros
milagres, esperar e receber o Salvador Jesus Cristo. Israel então falha nessa
missão pois ao invés de proclamar às nações que dela viria o salvador do mundo,
cai no pecado da idolatria e rejeita o Jesus Cristo nascido numa manjedoura.
Então fazendo este comparativo com base na leitura feita, Israel é a figueira
infrutífera, pela lógica da parábola ela não teria o direito de existir; e
visto q Israel se recusava a cumprir a missão determinada por Deus, não teria o
direito de continuar, teria de ser arrancada.
Agora trazendo para nós, estamos já no segundo semestre de 2022 e convido você a fazer a seguinte reflexão comigo: que frutos para o reino de Deus produzimos até aqui? Enquanto você vai fazendo as contas aí analisa o seguinte:
- Deus nos amou e deu o Seu filho
- Deus nos deu o seu Espírito Santo como consolador
- Deus nos chamou, nos escolheu a dedo para estarmos aqui
- Deus nos deu a Sua Palavra
- Deus tem nos abençoado, cuidado de nós e investido em
nós
- Deus nos plantou e este Deus que nos tem dado tudo isto,
agora Ele tem o direito de encontrar em nós FRUTOS
Faça as contas aí de qual foi a sua produtividade? Eu insisto nesta reflexão pois não fomos plantados por Deus para sermos estéreis, ou simplesmente para ficar ocupando um lugar inutilmente. Figueira não é árvore de sombra, figueira não é arvore que que tem sua madeira aproveitada para construção de móveis. Figueira é árvore de fruto. Fruto é o que se espera dela. Assim como Israel falhou na sua missão, será que nós como igreja, como coletivo também não estamos falhando na nossa missão? Porque Deus nos salvou e nos chama a responsabilidade para produzirmos fruto. Jesus cita no evangelho de João 15.8 que “o que glorifica o meu pai, é que vocês dêem muito fruto, e assim verdadeiramente sereis meus discípulos". E, segundo a parábola, árvore que não dá fruto para nada serve, a não ser para ser lançada ao fogo.
Uma coisa que aprendo nessa parábola é que nada que apenas extrai pode sobreviver. Sabe por que o mar morto tem esse nome? Porque só recebe, só extrai. Suas águas extraem tanto minério das rochas que é impossível produzir vida em suas águas híper salgadas. A figueira citada nesta parábola estava apenas extraindo nutrientes do solo, sugando do solo e não estava entregando de volta nenhum fruto. Aquele nutriente do solo que poderia ir para uma arvore frutífera, estava indo para uma figueira que nada produzia, aquela figueira estéril estava apenas sugando, recolhendo para si, mas não estava entregando nada! Deus não se contenta apenas com folhas ou sombra. Não é só aparência externa. Deus quer e espera de nós FRUTOS.
E aí vem a parte linda desta parábola, vamos aprender que Deus nos dá uma nova chance para dar fruto. Diante da sentença do proprietário da vinha que procurava há 3 anos por frutos nesta figueira e nada encontrava onde ele manda cortá-la, e maravilhosamente o lavrador daquela vinha pede mais 1 ano para que pudesse cuidar melhor daquela vinha, colocar um adubo ali, uma vitamina, talvez podá-la... vocês sabem qual o motivo de nós ainda não termos perecido diante da nossa inutilidade no reino de Deus? É por causa da Sua grande misericórdia que nos deu filho Jesus para nos mediar perante Ele. Jesus é o nosso mediador. Porque se Deus fosse tratar dos nossos pecados e da nossa omissão diretamente conosco, pela Sua justiça nós já teríamos perecido. Mas nessa noite Deus quer derramar da tua graça em nosso meio, ele só quer corações abertos e dispostos a se doarem.
Agora eu peço para que você olhe dentro de si e se pergunte: que tipo de frutos estamos produzindo? Não estou falando de cargos e responsabilidades dentro da igreja, mas como um cristão. Quantos frutos você está produzindo? Será q você está provocando frustração, decepção naquele que investiu o que tinha de melhor em você? Teria Deus algo a mais ainda por fazer na sua vida? Ele já deu seu Filho, deu seu Espírito, deu sua Palavra, te trouxe aqui nesta noite, Ele te deu a vida! Mas apesar de tudo, da nossa ingratidão, da nossa falta de frutos, Deus nos dá hoje uma 2ª chance, uma 2ª oportunidade. “Deixa aí um pouco mais, vamos escavar ao redor...” Ele está nos adubando esta noite, ele está nos podando esta noite. As providências de Deus nas nossas vidas, a maneira que Deus trata de nós quando não damos fruto, as vezes escavar dói, as vezes o remédio é amargo, mas Deus está investindo em nós, mesmo que a providência seja dolorosa, amarga... porque a vontade dEle é que você não morra, mas que você frutifique! Ele não quer que você pereça, Ele quer que você seja uma benção para as pessoas ao seu redor.
Mas existe uma oportunidade final, diz v.9 "se vier a dar fruto bem está, senão manda cortar fora", em outras palavras não temos o direito de abusar da paciência de Deus. Se não dermos fruto, o enfraquecimento espiritual virá até o machado do juízo corte a árvore e sua morte será inevitável. Sabe o que impressiona na nesta parábola? É que não sabemos o desfecho dela. Não é falado o que aconteceu a figueira após 1 ano, Jesus deixa em suspense, sabe por quê? Porque esta figueira sou eu, porque esta figueira é você e a resposta somos nós que temos que dar, se vamos dar fruto ou se vamos continuar sugando ocupando espaço da terra até morrer definitivamente sendo cortado pelo machado do juízo. Se o dono da vinha vai se alegrar em encontrar frutos em mim, ou se ele terá de ordenar: "pode cortá-la". Qual é a tua decisão perante as oportunidades que Deus te dá, esta pode ser a tua última!
Deus não se contenta com folhas, ele quer frutos. E qual é a nossa condição? Temos produzido frutos de arrependimento? Essa é a resposta que você e eu precisamos dar nesta noite. Que o Espírito Santo possa falar melhor ao nosso coração, reflita a respeito e produza algo para a glória de Deus.