Palavra ministrada no dia 04/04/2021 no culto da família realizado na Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Mauá/SP.
Texto base: Gênesis 2.16,17,25;3.6-15,21 e Hebreus 9.12-14
Servimos a um Deus de aliança. Você pode dizer um amém por isso? O Deus que servimos é um Deus de relacionamentos e na história observamos Deus se relacionando com o homem através de alianças. Uma aliança, biblicamente falando, nada mais é que um combinado, um pacto, um acordo ou um contrato onde Deus estabelece direitos (com promessas de bênçãos) e exige como contrapartida algumas obrigações, dentre elas a obediência com fé no cumprimento da promessa.
Na primeira referência lida, Deus estabelece a primeira aliança com o homem, lá no Éden: Deus deu-lhes a Terra e o pleno domínio sobre os animais; proveu-lhe fartura de alimento, abençoou-os e recomendou que frutificassem e multiplicassem. Nesta aliança uma condição havia sido estabelecida: eles não deveriam comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal. O princípio da obediência estava criado. Se comessem da árvore proibida, morreriam. Logo, como você já conhece tão bem quanto eu, Adão e Eva não cumpriram com a sua parte no acordo. Desobedeceram, quebraram a aliança e experimentaram imediatamente a morte moral e espiritual, e, depois, a morte física. Quando é que ocorre a morte moral? Ela ocorreu eles se deram conta que estavam nus, se esconderam de vergonha e se vestiram de folhas de árvore. Vendo isto, Deus os questiona sobre o que tinham feito. Agora vem a morte espiritual - quando procuraram justificativas para o seu erro onde Adão culpa Eva e Eva culpa a serpente. O pecado gerou a morte selando o destino fatal para o homem. Haverá escapatória? Deus em sua justiça não tolera o pecado, vai contra a Sua santidade.
Após decretar a punição à Adão e Eva mediante a quebra do acordo, também selou o destino da serpente enganadora. Diante desta terrível situação, Ele providenciará uma saída para o homem, no v.15 Deus vai propor uma segunda aliança, anunciando Seu plano de salvação: A questão do pecado estabeleceria um conflito entre semente da mulher (Jesus Cristo) com a semente da serpente (Satanás e seus seguidores) por causa do pecado. A ferida no calcanhar representa Jesus sendo crucificado, mas para destruir de uma vez por todas Satanás, o pecado e a morte este mesmo Jesus pisará sobre a cabeça da serpente para salvar a mim e a você da morte eterna.
Note agora no v.21 Deus providenciando vestimenta de peles de animais. Observe que foi necessário derramamento do sangue de um animal para prover roupas a Adão e Eva. Aqui já temos um prenúncio de qual seria a exigência de Deus para propiciação do pecado do homem. Guarde bem isso: para tornar o homem favorável diante de Deus, seria necessário o derramamento de sangue.
Vamos ver agora alguns exemplos onde Deus, ao longo a histórica bíblica esteve sempre disposto a fazer alianças com Seu povo. Comecemos por Abraão. Deus disse que ele seria pai de uma nação, que dessa nação seriam felizes todas as famílias da terra. Além disso Deus mandou que Abraão, saísse da sua terra natal e para um lugar onde seria o descanso da sua descendência. Como confirmação desta aliança, Deus pede que Abraão sacrifique alguns animais (cf. Gn 15.8-10;17-21) e Deus então reafirma promessa de ser pai de uma nação localizada entre o Egito (ao sul) e o rio Eufrates (norte). Passados quase 500 anos, a descendência de Abraão já havia sido estabelecida conforme a promessa do Senhor, porém estava escravizada Egito. Deus então levanta Moisés para libertar o povo escravizado e mediante a dureza de coração de Faraó em deixar o povo partir, Deus envia as 10 pragas com o objetivo de mostrar a Faraó Sua soberania e a última praga era a morte dos primogênitos. É quando então Deus institui a festa da Páscoa, data esta à qual comemoramos hoje, já citada aqui. E o que é Páscoa (Pessach) para o povo de Israel? Deus ordena que cada família Israelita ali no Egito sacrificasse um cordeiro, passasse sangue nos umbrais (batente) das portas de suas casas e comesse a carne no interior da casa. Quando o anjo da morte (por ocasião da 10ª praga) passasse por toda a terra do Egito matando os primogênitos, a casa onde havia sangue não haveria juízo. Perceba que cada família estava protegida do juízo de Deus, mediante o sangue do cordeiro marcados nos umbrais das casas livrou-os da morte. O sangue então passa a ser o símbolo desta aliança com o povo hebreu e o povo parte em jornada rumo à Canaã – a terra que Deus havia prometido ao seu antepassado Abraão. Dava-se início a passagem para uma nova vida como nação estabelecida por Deus.
A aliança de Deus com o povo de Israel feita ao pé do monte Sinai era mais uma reafirmação da fidelidade de Deus para com Seu povo. Deus prometeu que daria ao povo israelita a terra de Canaã, depois de liberta-los da escravidão do Egito e que Ele seria o Seu Deus e os adotaria como o Seu povo e assim estava acontecendo. Porém, como em toda aliança, havia a exigência da obedecer aos preceitos que o Senhor estava lhe apresentando ali naquele lugar, bem como a punição caso o povo não cumprisse com a sua parte. O povo recebe aquela palavra, concorda com os termos e se compromete a obedece-la. Conforme Ex 24.6-8 então é celebrado um ritual de sacrifício onde metade do sangue é aspergido no altar dando uma mostra que o pecador poderia aproximar-se de Deus, pois uma vida tinha morrido em seu lugar. A outra parte do sangue foi espalhada sobre o povo como uma evidência que de que a pena pelos seus pecados havia sido paga sendo assim eles poderiam reunir-se em adoração a Deus.
O livro do Levítico estabelece normas de culto a Deus, onde as ofertas das colheitas de cereais eram gratidão e louvor a Deus por Sua provisão e bondade, e as ofertas de animais onde cada família ali apresentava ao sacerdote o melhor animal de suas criações para que seu pecado pudesse ser expiado: no altar de sacrifícios o sangue seria derramado por este sacerdote e o seu corpo queimado e Deus recebia aquela oferta como cheiro suave e então o pecado estava encoberto. Este altar se encontrava no lugar Santo onde somente o sacerdote poderia adentrar. Ali havia um véu onde separava o lugar santo do santo dos santos, onde continha a arca da aliança e ali 1 vez ao ano era celebrado o grande dia da Expiação, onde outro animal seria oferecido pelo sumo-sacerdote para expiação pelos pecados de toda a nação.
Porém este sistema de sacrifícios estabelecido apresentava uma grave limitação. Porque as pessoas ofereciam sacrifícios, mas estes não purificavam as suas consciências do pecado. A paz interior não era duradoura porque logo eles estavam pecando de novo, manchando a consciência novamente tornando necessário realizar um novo sacrifício. Hb 10.4 diz ser “impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados”. Este era o problema. Na antiga aliança o pecado era encoberto mediante derramamento de sangue de um animal, mas não poderia ser perdoado, ou removido completamente. Prova disto é o sacrifício contínuo de animais; esta “cobertura de pecados” era temporária e o sacrifício pelo pecado tinha que ser constantemente repetido. Os sacrifícios de animais já não eram mais agradáveis ao Senhor, Deus já não tinha mais prazer nesses sacrifícios; a purificação pelos pecados havia se tornado um mero cerimonial religioso, um ritual mecânico, onde o homem pecava e não se arrependia de coração, se tratava mais de uma purificação externa do que uma purificação interior.
Apesar desta limitação, o objetivo da antiga aliança era preparar o caminho para a chegada de uma nova e eterna aliança. Os profetas do antigo testamento profetizaram a respeito de uma futura aliança. Jeremias 31.31-32: “Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova, que não será conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra do Egito”. Ezequiel na famosa passagem dos ossos secos diz: “E farei com eles uma aliança de paz; e será uma aliança perpétua” (37.26).
Do que se trata esta nova aliança? Está na 2ª leitura feita em Hebreus. Jesus Cristo entra no Santo dos Santos e voluntariamente se oferece em sacrifício pelo pecador. O sangue de Cristo ali vertido na cruz do calvário é agora o sangue desta nova aliança entre Deus e o homem. Assim, a antiga aliança com os rituais de sacrifício de animais já não seria mais necessária, o único sangue capaz de satisfazer a justiça de Deus e purificar o homem de seu pecado por dentro e por fora é o sangue de Cristo, pendurado no madeiro e ressuscitado ao 3º dia - está é a nossa Pascoa: Cristo como um cordeiro perfeito morreu em nosso lugar para nos dar agora total liberdade de chegarmos diante de Deus de mãos limpas e apresentar-lhe louvor ao Seu santo nome.
Outrora, pelos nossos pecados nos encontrávamos longe do caminho da salvação. Estávamos terrivelmente destinados ao juízo, sentenciados à morte eterna, mas Deus por sua infinita graça, sem merecimento algum de nossa parte, pelo sangue de Cristo fomos levados até à presença de Deus, pelo seu sacrifício de sangue fez com que o véu do templo se rasgasse, quebrando a barreira entre homem e Deus e nos dando o direito de total liberdade e comunhão através do sangue de Cristo. Aleluia!
Nesta nova aliança, tem sangue de Cristo pra te perdoar, mas para que você seja perdoado é necessário você se arrepender e confessa-los diante de Deus. João Batista afirmou: “eis aqui o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” – não há outro meio se não for pelo sangue do Cordeiro. Não existe pecado que o sangue dEle não possa cobrir, não há pecado que não possa ser perdoado mediante este perfeito e pleno sacrifício. Portanto, é tempo de arrepender, confessar seu pecado diante de Deus e aceitar este sacrifício. Mediante a este compromisso, a benção imediata é receber novas vestimentas, todo seu passado de pecado lançado no mar de esquecimento e uma nova vida na presença de Deus, cheia do Espírito Santo estará disponível à você. Aproveite enquanto há tempo!
Que Deus lhe abençoe e uma feliz Páscoa!